Michelangelo Merisi, “il Caravaggio”, hoje considerado um dos grandes expoentes do Barroco, passou séculos no anonimato da arte. Com a sua morte, o nome deste artista que havia revolucionado a Itália com a ousadia de suas obras durante a transição dos séculos XVI e XVII, refugiou-se no esquecimento.
A vocação de São Mateus, 1599-1600. Óleo sobre tela, 322 x 340 cm.
A sua pintura vibrante, profunda e intensa foi redescoberta apenas sobre finais do século XIX, quando Wolfgang Kallab trabalhava no catálogo da Coleção Imperial austríaca. Mais tarde, em 1920, o historiador da arte Roberto Longhi manifestou por escrito a sua opinião sobre a influência da pintura de Caravaggio, a qual, segundo ele, se estendeu além do século XVII: “as pessoas falam de Michelangelo de Caravaggio, chamando-o às vezes o mestre das sombras, às vezes o mestre da luz. O que é esquecido é que Ribera, Vermeer, la Tour e Rembrandt nunca teriam existido sem ele. E a arte de Delacroix, Courbet e Manet teria sido completamente diferente”, dissera.
Medusa, 1596. Óleo sobre madeira.
O uso da luz e da sombra é sem dúvida uma das marcas características deste artista, tanto, que o termo Tenebrismo (radicalização do claro-oscuro) é comumente associado ao seu nome. Através desta estratégia, Caravaggio dava vida ao realismo teatral que marcara a sua pintura, um realismo que ele gostava de enfatizar representando as cenas no instante mais dramático e expressivo possível.
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